Significado de Ética

Ética é um termo que provém do grego “ethos”, palavra cujo significado era “o que diz respeito aos costumes e hábitos dos homens”. Em latim acabou se transformando em “mores”, de onde se originou a palavra moral. Embora as duas nossas conhecidas de hoje, Ética e Moral, tenham sentidos diferenciados entre si, são originárias de uma mesma ideia e conceito.

Ética, como é tradicionalmente conhecida, é um estudo, uma reflexão científica, filosófica, política e social sobre os costumes e ações humanas. É a parte da filosofia que busca compreender as noções e princípios que sustentam as bases da moral de uma sociedade e também da vida individual de seus integrantes.

Podemos considerar a ética como normativa, quando lida com o comportamento, ou descritiva, quando trata dos costumes, e até mesmo especulativa, quando se volta aos anseios e esperanças do ser humano.

Já que é um animal político, é inconcebível o homem viver sem ética. Qualquer ato que se relacione ao ser humano é objeto de estudo da ética. Exatamente nesse ponto é que entram os assuntos morais: ética e moral, embora tenham sentido diferente, se relacionam mutuamente, não podendo existir uma sem a outra.

Outro fato importante que diz respeito à ética é que se trata de uma ciência que muda através dos tempos, refletindo o momento político em determinado período. Assim, na pré-história, havia uma ética que, mesmo não estudada e avaliada, estava presente no homem das cavernas. Essa ética o acompanha através dos tempos e de sua evolução, modificando-se conforme as culturas vão se modificando.

O primeiro filósofo conhecido a estudar a ética foi Sócrates, que viveu por volta de 400 a.C., e que foi obrigado a tomar sicuta, um veneno poderoso, por causa de suas ideias. Ele procurava entender as leis e as questionava, como questionava o comportamento dos gregos, que não aceitavam que se discutissem suas leis, devendo ser simplesmente obedecidas.

Depois dele, praticamente todos os filósofos se debruçaram sobre o estudo da ética, buscando entender e explicar seu significado e sua influência sobre os homens. Mas foi Kant, no início do século XIX, um dos mais importantes. A ética kantiana buscava um princípio de validade universal, que se apoiasse apenas na igualdade entre os homens.

Ainda na Grécia Antiga, dois outros grandes filósofos também debateram sobre a ética: Platão – que foi quem transcreveu as ideias de Sócrates, seu mestre – e Aristóteles. Para Platão, o homem sábio deveria procurar a contemplação das ideias e, acima de tudo, a contemplação do bem. Seguindo os ensinamentos de Sócrates, o homem chegava aos ensinamentos de Jesus, que nasceria 400 anos depois.

Aristóteles, por seu lado, considerava que o ser humano deveria buscar os bens concretos, que lhe trouxessem a tranquilidade e a paz. Chegou a deixar escritos sobre o comportamento humano de sua época, entre eles “Ética a Eudemo” e “Ética a Nicômano”, obras onde mostra que o homem precisa, para ser ético, viver racionalmente, isto é, de acordo com a razão.

A chegada do Cristianismo muda o ponto de vista dos antigos filósofos. A nova visão faz com que o homem vá buscar o seu ideal ético e moral em Deus, que é perfeito e santo e, portanto, assim devem ser os homens. A visão religiosa trouxe grande progresso moral à humanidade, mas em contraponto trouxe também o fanatismo religioso que, muitas vezes, fez com que a visão da essência da ética fosse deturpada. Assim, liberdade, amor e fraternidade tiveram seus conceitos transformados em cada nova linha de pensamento que surgisse.

Também dentro das bases religiosas, no século XIX, outro filósofo, Feuerbach, buscou interpretar a ética e a moral. Ele queria traduzir a verdade da religião numa antropologia filosófica que estivesse ao alcance de todos os homens. Marx, outro grande estudioso da filosofia, porém, considerava que a visão de Feuerbach era muito contemplativa e que a visão que o homem deveria ter do mundo era revolucionária, buscando redenção, sacrifício e martírio, à espera do ideal que se fosse construindo.

Muitas linhas de pensamento foram sendo difundidas com o estudo da ética: o utilitarismo bretão, que considera o bem aquilo que traz vantagens para muitos; o capitalismo de muitos países, que considera que o bem é aquilo que ajuda o progresso e o sucesso pessoal na sociedade; ou o positivismo lógico, que se dedica a estudar as formas de linguagem moral, os tipos variados de formulações éticas, a sintaxe (o verdadeiro sentido) dos imperativos éticos e a lógica.

Kierkegaard, outro filósofo, no entanto, afirma que o homem não pode simplesmente passar a vida toda somente estudando a linguagem da ética sem saber vivê-la, isto é, sem viver de acordo com a ética.

Deontologia

O ramo da ética que estuda os fundamentos do dever e as normas morais é chamado Deontologia (junção das palavras vindas do grego: “deon” (dever, obrigação) e “logos” (ciência, conhecimento). Trata-se de um ramo recente, dentro da filosofia contemporânea, introduzido em 1834 por Jeremy Bentham. Segundo Bentham, as escolhas são moralmente necessárias, proibidas ou permitidas.

Ética no Serviço Público

A ética no serviço público decorre de alguns fatores, conforme determina o Decreto nº 1171/94, para ser uma ética de responsabilidade social: Valor da Legalidade (o servidor deve atuar de acordo com o que determina a lei), Valor da Impessoalidade (todos merecem o mesmo tratamento); Valor da Moralidade (o servidor não pode ir contra os valores éticos da sociedade); Valor da Publicidade (prestação de contas aos contribuintes) e, finalmente, Valor da Eficiência (o serviço público deve utilizar-se eficientemente dos recursos).

Ética Imobiliária

Todas as profissões regulamentadas têm um código de ética profissional. Como exemplo, passamos a dos corretores imobiliários. Conforme o artigo 723 do Código Civil, o corretor de imóveis deve agir com diligência e prudência, fornecendo ao cliente todas as informações sobre o negócio imobiliário que está sendo feito e ainda, sob pena de ser processado por perdas e danos, informar sobre a segurança ou risco do negócio.